quinta-feira, 22 de abril de 2010

Diagnose inicial

Diagnose inicial
Em metodologias que tradicionalmente trabalham e compreendem a alfabetização, essa discussão sobre diagnose inicial não faria sentido, explico: tradicionalmente a alfabetização é tratada de forma a considerar que o professor detém o saber e o aluno receberá deste professor pois não tem nenhum saber sobre o assunto trabalhado, é o que ficou conhecido como a teoria da “tabula rasa”, onde o aluno é uma página em branco, um receptáculo vazio onde o professor vai enchê-lo com seu conhecimento, um uma página em branco esperando ser impresso.
Devido a essa ideia, os alfabetizadores tradicionais, não tem dúvidas sobre como começar suas aulas, porque o começo fica muito claro, assim como o fim: começa-se pelas vogais, encontros vocálicos, consoantes uma de cada vez, e no final, as chamadas dificuldades ortográficas (que na verdade não são dificuldades nenhuma!)
Por não pararmos para refletir sobre teoria, muitos alfabetizadores que vêem nos seus alunos muitos conhecimentos, acabam utilizando a mesma estrutura didática do que aqueles que compartilham a teoria da tabula rasa.
Assim como para aqueles que tradicionalmente encaram a alfabetização não é necessário realizar diagnose inicial, pois não se acredita que o aluno saiba algo sobre a alfabetização antes de ser ensinado, para aqueles que encaram a alfabetização dentro dos pressupostos do CONSTRUTIVISMO realizar diagnose é imprescindível.
Saber o que o aluno sabe e pensa sobre a escrita é o primeiro passo, o grande começo desta estrada, deste caminho das letras.
Amanda Guerra

Um comentário:

  1. Estudar as hipóteses da escrita
    Antes de continuar, gostaria de deixar claro o quanto teoria e prática se fundem e complementam: na última postagem, quando falei de teorias tradicionais sobre alfabetização, mostrei como elas se refletem na prática; e o quanto uma prática baseada na teoria construtivista necessita de um estudo teórico sobre os conhecimentos doa alunos. É impossível desvencilhar uma da outra, a melhor intenção didática cai no vazio se não estiver baseado em uma teoria consistente. É o que faz com que, como disse anteriormente, professores que acreditam na capacidade construtiva dos seus alunos, acabam por dar as suas aulas o mesmo formato daqueles que os vêem como uma “tabula rasa”.
    Dito isto, mãos a obra:
    Emília Ferreiro e Ana Teberosky estabeleceram, a partir de vasta pesquisa, 4 hipóteses no caminho da construção da escrita alfabética. Inicialmente a pesquisa foi realizada com crianças na fase pré-escolar e primeiros anos de escolaridade, mas depois realizaram pesquisas também com adultos analfabetos e concluíram que as hipóteses são as mesmas, é claro, resguardando diferenças em relação ao contato que um adulto tem com a escrita, mesmo que ainda não leia ou escreva convencionalmente. Toda esta pesquisa pode ser encontrada na “Psicogênese da Língua escrita” mas também está bem clara em livros menos densos, para uma primeira leitura indico: “A escrita infantil” – Maria da Gloria Seber, “Construtivismo – de Piaget a Emilia Ferreiro” – Maria da Graça Azenha.
    Vou resumir em linhas gerais as características das 4 hipóteses:
    • Pré-silábica: quando o aluno não faz em sua escrita a correspondência entre o que se fala e o que se escreve. Pode usar garatujas, pseudo-letras, desenhos, ou letras de forma aleatória. Ex. ao solicitar que o aluno escreva a palavra camiseta ele poderá escrever assim: qwoiplaksuinwshjk . Não realizando nenhuma correspondência e ao pedir que leia (interprete sua escrita) ele fará de forma global, ou seja, sem marcar as sílabas.
    Estudar as hipóteses da escrita
    Antes de continuar, gostaria de deixar claro o quanto teoria e prática se fundem e complementam: na última postagem, quando falei de teorias tradicionais sobre alfabetização, mostrei como elas se refletem na prática; e o quanto uma prática baseada na teoria construtivista necessita de um estudo teórico sobre os conhecimentos doa alunos. É impossível desvencilhar uma da outra, a melhor intenção didática cai no vazio se não estiver baseado em uma teoria consistente. É o que faz com que, como disse anteriormente, professores que acreditam na capacidade construtiva dos seus alunos, acabam por dar as suas aulas o mesmo formato daqueles que os vêem como uma “tabula rasa”.
    Dito isto, mãos a obra:
    Emília Ferreiro e Ana Teberosky estabeleceram, a partir de vasta pesquisa, 4 hipóteses no caminho da construção da escrita alfabética. Inicialmente a pesquisa foi realizada com crianças na fase pré-escolar e primeiros anos de escolaridade, mas depois realizaram pesquisas também com adultos analfabetos e concluíram que as hipóteses são as mesmas, é claro, resguardando diferenças em relação ao contato que um adulto tem com a escrita, mesmo que ainda não leia ou escreva convencionalmente. Toda esta pesquisa pode ser encontrada na “Psicogênese da Língua escrita” mas também está bem clara em livros menos densos, para uma primeira leitura indico: “A escrita infantil” – Maria da Gloria Seber, “Construtivismo – de Piaget a Emilia Ferreiro” – Maria da Graça Azenha.
    Vou resumir em linhas gerais as características das 4 hipóteses:
    • Pré-silábica: quando o aluno não faz em sua escrita a correspondência entre o que se fala e o que se escreve. Pode usar garatujas, pseudo-letras, desenhos, ou letras de forma aleatória. Ex. ao solicitar que o aluno escreva a palavra camiseta ele poderá escrever assim: qwoiplaksuinwshjk . Não realizando nenhuma correspondência e ao pedir que leia (interprete sua escrita) ele fará de forma global, ou seja, sem marcar as sílabas.
    Volto falando das outras hipóteses ainda hoje!
    Amanda Guerra

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