quinta-feira, 15 de abril de 2010

Começando... do começo!


Para que o trabalho de um ano inteiro, fruto de muito estudo, pesquisa e dedicação do professor flua melhor é necessário que o espaço dedicado a ele - a sala de aula - seja organizado de maneira a ser um facilitador da aprendizagem.
Por isso a importância de se criar o tal do AMBIENTE ALFABETIZADOR
"Criar um ambiente alfabetizador significa organizar a sala de aula de maneira que cada parte ofereça materiais que favoreçam a aquisição de conhecimentos." Emília Ferreiro
Este ambiente deve oferecer um conjunto de situações de uso real da leitura e escrita em que as crianças têm oportunidade de participar e pensar sobre a linguagem e seus usos, através da interação e do uso que o adulto dá a elas.
Preparar regras de jogos, convites para a reunião de pais, cartas aos alunos faltosos. Tudo isso se constitui em 'ambiente alfabetizador', quando as crianças têm a oportunidade de ver a língua em seu mais pleno uso e pode participar dele, refletindo nas particularidades de cada situação.
Não é portanto etiquetas em móveis, paredes cobertas de textos e alfabetos pura e simplesmente, mas, acima de tudo, a chance que têm de presenciar e refletir sobre os diversos usos da linguagem com a guia e na observação de um parceiro mais 'experiente' no uso da mesma, que levante questões relevantes e desafiadoras neste processo - o professor.

3 comentários:

  1. Fabianne, saber por onde começa você já sabe: Pelo começo ,ora bolas!
    Muito do que eu iria falar de ambiente alfabetizador, você já disse e citando Ferreiro então, sobra pouco pra dizer; posso só acrescentar algumas questões práticas e um tema para reflexão:
    não é segredo que baseio a minha prática em sala de aula no construtivismo de Piaget, na Psicogênse de Ferreiro e Teberosky e no sócio interacionismo, portanto as questões práticas que estarei expondo aqui, dizem respeito as práticas adotadas sob a luz dos pressupostos acima citados, pode parecer bl´, blá, blá, mas se mudam os pressupostos, mudam as práticas e por razões óbvias, o que é essencial deixa de fazer sentido. Dito isso: 1º dia de aula com aquela turma de primeiro ano, imprescindível que já esteja na sala, albabeto na parede (sem fihuras e depois explico porque), lista dos nomes dos alunos, uma atividade de leitura diagnóstica, letras móveis para que eles possam escrever- brincando sem medo, um texto para ler e uma atividade para trabalhar os nomes dos alunos com a turma.
    Mais do que um ambiente alfabbetizador, é preciso ter uma postura alfabetizadora, e pra isso é necessário: conhecer a fundo aquilo que os alunos sabem e pensam sobre os conteúdos trabalhados, respeitá-los e intervir a partir daí. Em outro momento venho falando da rotina e explico melhor os itens que citei aqui

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  2. Vamos lá: Por que alfabeto sem desenho e lista de alunos no 1º dia se a turma muda tanto?
    Alfabeto: O principal objetivo quando propomos atividades em que e aluno precisa resolver com quantas e quais letras usar para escever, é refletir sobre o sistema alfabético que se baseia na relação grafema/fonema. O uso sistemático da visualização das letras relacionando-as com palavras de escrita estável, faz com que o aluno construa, pouco a pouco, essa relação. Relacionar às letras desenhos, pode parecer facilitar, mas na maioria das vezes atrapalha, porque o aluno passa a identificar a letra com a figura e não com o som que representa. O ideal é construir com os alunos alfabetários temáticos (brinquedos, animais, objetos de uso escolar)com os nomes das coisas e não com as figuras, depois de, é claro, trabalhar esses nomes de diferentes maneiras, através de listas, jogos, textos diversos... Aumentando assim o repertório de palavras estáveis.
    E em falar de palavra estável: é aquela que o aluno tem certeza que se retiramos uma letra, trocar de posição, invertê-la, deixa de significar o que ele gostaria, geralmente a primeira palavra estável no universo infantil é o seu nome. Muito cedo, mesmo crianças com poucas possibilidades de acesso efetivo ao mundo letrado, apresentam curiosidade em relação a escrita do seu nome, e já relacionam a letra inicial como sendo do seu nome e chegam até a se espantar quando descobrem que a sua letra pode também ser a letra de outro nome; por isso a importância de ter a lista logo no 1º dia, mesmo que seja provisória, mesmo que tenhamos que refazê-la. É importante também garantirmos, através de atividades interessantes e lúdicas, que o aluno conheça, o quanto antes a escrita do seu nome e dos demais colegas.
    Volto depois falando de Leitura compartilhada, diagnose inicial e rotina semanal, Beijos...

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  3. Leitura compartilhada: Compartilhar a leitura é talvez a coisa mais útil que a escola pode fazer com os meninos. Proporcionar que esses pequenos conheçam diferentes tipos de textos e possam, pouco a pouco, diferenciar seus usos sociais, sua organização, sua linguagem, é o que vai garantir, que possam mais tarde utilizar a leitura e escrita em um contexto social. Lemos para diferentes objetivos: entretenimento e prazer, para buscar informação, saber de notícias de alguém... e cada texto, além de sua estrutura própria, tem também, vocabulário e formas específicas de construção: não se começa um texto argumentativo com "era uma vez", e nem uma narrativa com "segundo rubens fonseca". Mas como saber disso se eu não sei ler? Bom, alguém terá que ler para você!
    Todos os dias o professor deve reservar um tempo curto (para garantir a atenção) e ler diferentes textos para seus alunos, muitas histórias e poesias infantins, mas não só: textos informativos, de opinião, instrucionais, devem fazer parte do repertório dos pequenos o quanto antes. Como disse Luis Fernando Veríssimo: "Ler é o melhor remédio"
    Volto depois para falar de rotina e diagnose inicial

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